Em 14 de março, pela manhã, a imprensa foi convocada para uma entrevista coletiva na sede do Ministério Público, em São Paulo. Em pauta, a decisão tomada pelo Secretário de Transportes, Jilmar Tatto, e pelo Promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, em relação à circulação dos táxis nos corredores e faixas exclusivas da cidade.
Foi anunciada na ocasião a proibição de circulação dos táxis nos corredores, em horários de pico. Por outro lado, houve a liberação de algumas faixas exclusivas para os táxis, com passageiros, sem restrição de horário. Não é a solução ideal, mas poderia ser pior.
Quando a Prefeitura disse que haveria a elaboração de um estudo para saber se os táxis atrapalhavam os coletivos nos corredores, a tendência para a proibição já foi notada. Isso porque, entre todos os membros que compunham a tal comissão, nenhum representante dos taxistas foi incluído.
Com a entrega do estudo, como previsto, os táxis viraram os vilões do trânsito. Mesmo sem semáforos inteligentes, mesmo com a falta de investimentos por décadas em mobilidade urbana, mesmo com a quantidade absurda de veículos irregulares que circulam sem ser incomodados (sem pagamento de IPVA, DPVAT e multas), o táxi foi eleito o principal fator da baixa velocidade dos ônibus.
Os táxis são vistos, por muitos, como um transporte de elite. Porém, o importante não é o poder aquisitivo de quem opta por esse meio de transporte, e sim a quantidade de pessoas transportadas diariamente. Uma pesquisa da SMT (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) mostrou que, em cinco anos, aumentou em 55% o número de viagens de táxi. Outro dado interessante é que 51% dos passageiros de táxi dizem usá-lo em deslocamentos a trabalho ou para cuidar da saúde.
São Paulo é a cidade mais rica do Brasil, e um pólo de negócios. Para os executivos e turistas que nos visitam a trabalho, a comodidade e a rapidez são fatores fundamentais. Será que podemos obrigá-los a usar um ônibus que vai deixá-los longe de seu destino, ou um metrô superlotado? Cada pessoa não tem o direito de escolher o seu meio de locomoção? E uma pessoa doente? Será que teria a possibilidade de encarar o nosso transporte coletivo?
O táxi é essencial para uma cidade com as dimensões de São Paulo. E torna-se imprescindível a partir do momento que não temos um transporte público de qualidade. A decisão de proibir os táxis nos horários de pico nos corredores pode ter desagradado os taxistas, mas a liberação de algumas faixas exclusivas mostrou que o poder público cedeu à pressão. Afinal, em ano de Copa do Mundo, privar uma cidade como São Paulo de um transporte de qualidade, como o oferecido pelos táxis, seria sinal de incompetência administrativa.
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