Editorial Dias de luta

O taxista vai às ruas, mais uma vez. Os palcos são as casas de Poder de nosso país. Peregrinações em Câmaras e Assembleias mostram a força da categoria em um momento de crise, cada vez mais profunda.

O resultado das eleições municipais deixa incerteza para os taxistas das principais cidades brasileiras. A proliferação de facilidades para carros sem autorização no transporte de passageiros junta-se à condição econômica cada vez mais precária do país.

Apenas com criatividade podemos superar tais obstáculos. No caso dos taxistas, muitos já pensam em deixar a praça. O que será um desastre sem precedentes.

A desregulamentação do setor será um retrocesso de oito décadas. Voltaremos ao tempo em que não haviam transportes regulamentados e cada um fazia o que bem entendia, cobrava o que bem achava de direito, e o cidadão, que hoje apoia a pirataria, será a principal vítima.

A população é seduzida por preços baixos. Mesmo sem ver o que está por detrás dessa articulação. Ou será mesmo que não sabe? O fato é que os políticos aproveitam tal situação para usar esses interesses em causa própria.

Enquanto isso, quem trabalha legalizado amarga novos prejuízos. A falência da principal empresa de seguros, que detém o contrato de mais de 80% dos taxistas, faz com que todos tenham que migrar para serviços mais caros. Exigências caras que não incidem no bolso de quem explora a pirataria.

Mesmo com tantas dificuldades, taxistas encontram espaço e tempo para relaxar e se divertir em festas programadas para eles próprios. Momentos de lazer que são importantes para dar um gás maior para a luta.

Se em um dia, os taxistas se encontram em churrascos e festas, no dia seguinte estão lá, na porta da Assembleia Legislativa. O objetivo é garantir o pão de cada dia.

Que esta reta final de 2016 traga bastante lucratividade à atividade do taxista.