Taxista escreve livro sobre depressão e ajuda passageiros com mesmo problema

Ele já chegou até a pagar consulta médica de pessoas que precisavam de ajuda

Após sofrer três assaltos em um curto espaço de tempo, o taxista Jovino dos Santos Coutinho começou a sofrer com os sintomas da depressão, síndrome do pânico e ansiedade. Após vencer esse período conturbado de sua vida, ele decidiu escrever um livro contando suas experiências, para mostrar às pessoas que é possível deixar a doença para traz.

O livro “Depressão – venci porque nunca desisti” foi lançado há um ano, e relata que, além da ajuda médica, manter a mente em outro foco é importante para sair das crises. “A família é o alicerce de tudo, e é necessário ter apoio e compreensão. Mas é importante também que a própria pessoa se ajude”, afirmou o autor.

Durante suas viagens no táxi o assunto depressão sempre surge nas conversas com os passageiros. A partir daí Jovino viu uma oportunidade para ajudar as pessoas que passam pelo mesmo problema, mas não sabem como buscar ajuda. “Eu conto minha experiência de vida, e afirmo que é possível sair da depressão. Já auxiliei 14 pessoas nessas condições, entre passageiros do meu táxi e conhecidos”.

O taxista, além de falar sobre a sua própria depressão e de como a superou, também indica o médico que o tratou e, em alguns casos, pagou a primeira consulta para quem precisava. “Eu sei o que é a depressão, e por isso faço o que posso para ajudar. Meu médico também é um profissional maravilhoso, e já chegou a atender pacientes que eu indiquei de graça”, lembrou Jovino.

Vítima de depressão, a filha de uma de suas passageiras chegou a trancar a faculdade, não saía mais de casa e tinha que ser auxiliada por sua mãe até nas tarefas mais simples, como tomar banho. Em uma conversa no táxi Jovino indicou seu médico e hoje comemora a cura da jovem. “Hoje ela voltou para a faculdade, está trabalhando e vivendo normalmente. Isso é o que me motiva a continuar”.

Jovino acredita que essas conversas sobre depressão com seus passageiros acontecem porque as pessoas se sentem mais confortáveis em se abrir com alguém que já passou pela mesma experiência. A depressão, segundo ele, ainda é cercada pelo preconceito, e muitas vezes a própria família não leva a sério os sintomas, e não dão o apoio necessário ao doente.

O taxista escritor pretende continuar trabalhando na praça, mas não vai deixar de escrever. Prova disto é que seu segundo livro está em fase final de produção, e será lançado antes do final desse ano. “Meu próximo livro será uma homenagem aos professores, mostrando mestres importantes da história do Brasil como referência para os professores de hoje”.

Livro: Depressão – venci porque nunca desisti
Pode ser adquirido no site da Livraria Cultura e da Editora Zagodoni