Editorial - O impasse entre taxistas e aplicativos

Apesar de existirem para facilitar nosso dia-a-dia, as mudanças tecnológicas têm ameaçado as profissões tradicionais cada vez mais. Agora, a Uber estuda trabalhar com carros sem motorista e o diretor do Easy Taxi afirmou que, em breve, a profissão do taxista será desnecessária.

Esse tipo de atitude das empresas mostra o quanto estão despreocupadas com os motoristas, que estão sendo usados somente para enriquecer empresários e são vistos como empregados descartáveis, até que a tecnologia supere o fator humano.

Com o judiciário e o legislativo atuando em favor das empresas, os motoristas são largados a esmo. Enquanto os taxistas sofrem com a concorrência desleal, os motoristas do Uber não têm direitos trabalhistas ou salário digno.

A crise econômica tem gerado um aumento cada vez maior no número de motoristas do Uber, o que tem causado a perda de qualidade e o aplicativo segue recebendo cada vez mais reclamações e denúncias, inclusive dos próprios funcionários.

O momento não pede guerra entre taxistas e motoristas, e sim a união entre toda a classe de motoristas contra aplicativos que os exploram.

No final, todos só querem trabalhar de forma honrada. A regulamentação dos aplicativos de transporte é necessária para que ambos trabalhem como iguais, sem serem explorados. Todos os prestadores de serviço de transporte devem ter direitos, deveres e serem regulamentados da mesma maneira. Tanto para o bem dos motoristas, quanto dos passageiros.