A espera de dias melhores

Este mês, comemoramos o Dia do Taxista no município do Rio de Janeiro. Um dia tradicionalmente festejado pelos motoristas de táxi, desta vez com poucas comemorações. Principalmente pelas dificuldades enfrentadas pela categoria. Transporte ilegal sempre crescente, aplicativos criminosos e diárias elevadas.


Apesar do problema provocado por aplicativos que inconstitucionalmente atuam em nosso país, o Rio de Janeiro passa por um problema ainda maior. A falta de salários dos funcionários públicos tem efeito cascata. Como são muitos, a economia do Estado depende em muito da participação destes trabalhadores. Podemos dizer que o funcionalismo público movimenta a economia fluminense.


O caos em que se encontra o Rio de Janeiro não tem precedente. E é preciso buscar formas criativas para resolver o problema. O governo estadual está impedido de obter ajuda federal por meios normais. O endividamento fluminense fecha as portas pra empréstimos.


Trabalhadores como professores, funcionários de estatais, entre outros, são grandes consumidores de táxi. Se eles nada recebem pelo seu trabalho, a solução é cortar o transporte individual de passageiros.  Ainda temos greves e paralisações estudantis. Tudo isso contribuindo para a redução da atividade econômica em nosso Estado.


Não é produtivo lamentarmos o passado. Mas temos que considerar que esta crise tem raiz no governo anterior. Perdemos receita. E o montante recusado – os impostos que foram suprimidos de atividades não tanto essenciais – hoje fazem falta.


A crise do táxi é o reflexo das crises diversas – política e econômica. Resulta também da crise internacional, onde o petróleo é o protagonista.  Preços baixos dos combustíveis no mercado externo inviabilizam cidades inteiras em nosso território. O fato se assemelha àquela brincadeira com peças de dominós, enfileiradas e postadas de modo que quando uma cai, provoca a derrubada de todas as outras em sequência.


O que fazer neste momento?


O Brasil e o mundo já enfrentaram outras crises. A civilização continua a existir. Pelo menos estamos vendo o País e seus meandros como nunca antes vistos. Os acordos, as falcatruas divulgadas amplamente pela mídia indicam que tais práticas eram tão comuns que nós nem nos dávamos ao trabalho de nos indignar. Estamos passando a limpo a nação.


Apesar de tudo, confiamos na força do brasileiro, em sua capacidade criativa. E o taxista é um exemplo disto. São poucos aqueles que se dispõem a trabalhar 14 horas diárias diante de um volante. E para estes, precisamos sempre dizer uma palavra de esperança. Dias melhores virão.

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