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Taxistas da Zona Sul deixam de trabalhar a noite após assaltos

Assaltos praticados por motoqueiros assustam profissionais e moradores


Assaltos Zona Sul 2Taxistas da Cidade Ademar, próximo à Avenida Cupecê, estão evitando trabalhar no período noturno com medo da violência que assola a região. Os assaltos praticados por motoqueiros são frequentes, e os taxistas e motoristas de carros particulares são abordados quando param nos faróis, sem chance de defesa.


Reinaldo de Almeida, taxista há 32 anos, afirma que sofreu três assaltos recentemente, e deixou de trabalhar à noite. “Eu venho para o ponto cedo, porque às 16h já vou para casa. Os assaltos acontecem geralmente quando escurece, e também aos finais de semana pela manhã”.


O taxista conta que os motoqueiros agem da mesma forma em todos os assaltos. “Eles chegam em motos, com capacetes, e apontam a arma, dizendo para passar o celular, dinheiro e relógio. Falam pra não olhar, e ameaçam atirar a todo instante. Os criminosos não se intimidam, e praticam os crimes na frente de várias pessoas e motoristas, mas ninguém pode fazer nada”.


Outro taxista do ponto 1.504, Damião da Silva, também foi assaltado três vezes na região. Ele conta que os crimes ocorreram da mesma forma, com criminosos em motos nos faróis. “Nós queremos trabalhar e somos impedidos. Após as 18 horas não há mais táxis rodando no bairro, e só atendemos chamadas de passageiros conhecidos. Mesmo assim, verificamos se o local que ele deseja ir é seguro. Já recusei várias corridas, porque não quero arriscar minha vida”.


O último assalto sofrido por Damião ocorreu há menos de dois meses. Ele lamenta a perda de um relógio, presente de seus três filhos. “Dois assaltantes chegaram de moto e já falaram: safado, passa esse relógio ou vai levar tiro na cabeça. Eu não tive opção, e entreguei tudo o que tinha. Com uma arma apontada para você, não há como reagir”.


Os taxistas reclamam também da burocracia para fazer um boletim de ocorrência. “Perdemos muito tempo na delegacia, e no fundo sabemos que nada será resolvido. A delegacia da região também não tem plantão noturno, e se o crime acontece à noite, somos obrigados a ir até outra delegacia, que fica em uma região muito mais perigosa, correndo risco de ser assaltados no caminho”, afirmou Damião.


Com a experiência de quem está nas ruas todos os dias, Damião dá uma sugestão para o policiamento da região. “Eu acho que as rondas deveriam ser mais constantes, porque à noite não vemos a polícia nas ruas. Apenas uma moto consegue perseguir outra, então, policiais de moto seriam ideais para nosso bairro”.


Passageiros também são prejudicados pela violência


Assaltos Zona SulOs bairros de Cidade Ademar, Jardim Miriam e Joaniza, segundo os taxistas, são os mais visados pelos assaltantes. E a violência nesses locais afeta também os passageiros. “Os moradores da região não encontram táxis dispostos a trazê-los para casa depois de determinado horário. Por exemplo, no Aeroporto de Congonhas, nenhum taxista vem para essa região”, lembrou Damião.


Recentemente a própria filha de Damião foi vítima da falta de transporte causada pela violência. Renée Beralde, que é assessora de imprensa, estava em um evento de trabalho em Pinheiros, e precisava voltar para casa de madrugada. Porém, quatro taxistas recusaram a corrida por medo de assaltos na Avenida Cupecê.


“Sei que é direito do taxista negar o passageiro se ele oferece risco, mas a população necessita do serviço de táxi. Este é um assunto que requer urgência. Não se vê táxis nesta região depois das 22h, e todos os taxistas estão se negando a levar os passageiros. É necessário cobrar medidas e abrir as páginas do jornal para escancarar este problema”, afirmou Renée.


Damião, mesmo sendo taxista, se sentiu impotente diante da situação de sua filha. “Eu também tive medo de sair daqui da zona sul para buscar a minha filha. Então, a solução foi ela dormir na casa de um parente, em outro lugar da cidade. Isso não pode continuar assim”.

    
Em nota, Secretaria de Segurança Pública informa que não localizou queixas de assaltos à táxis na região


O delegado do 43º Distrito Policial, Glauco de Carvalho Quadros, informou que nos últimos quatro meses não foi registrado nenhum assalto a taxista na região próxima à Avenida Cupecê.


A Polícia Civil destaca a importância do registro do boletim de ocorrência para o planejamento das suas ações e para contribuir com a redução da subnotificação dos crimes.


Segundo a Polícia Civil, há um investimento no setor de inteligência da região para reduzir a criminalidade. Já a Polícia Militar tem feito análise de dados criminais para distribuir seu efetivo nos horários e locais de maior incidência criminal. A Polícia Militar esclarece que nos sete primeiros meses do ano prendeu 129 pessoas, recuperou 427 veículos e retirou 18 armas ilegais das ruas da região.

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