Taxista leva soco na cara ao defender categoria

Trabalhador de 67 anos foi agredido por passageiro dentro de seu carro
      
O taxista Manoel Ribeiro, de 67 anos, trabalhou normalmente no sábado, dia 15 de agosto. Lá pelas 16 horas parou o carro para atender um homem, uma mulher e uma criança na Avenida Salim Farah Maluf, altura do número 1.200. O que Manoel não sabia é que essa simples corrida lhe traria consequências.

Logo ao entrar no carro o homem, aparentando uns 25 anos, se queixou que estava a oito minutos esperando o táxi que havia chamado por um aplicativo. “Ele disse que, como o táxi estava demorando, resolveu acenar para o primeiro que passou”, lembrou Manoel.    

Além das reclamações o passageiro começou a ofender a categoria taxista, usando palavras de baixo calão para xingar e generalizar todos os profissionais da praça. Para tentar minimizar a situação desagradável Manoel explicou para o passageiro que o atraso do táxi deveria ser culpa do trânsito, semáforos e outros motivos alheios à vontade do motorista. “Eu disse a ele que estamos sujeitos ao trânsito, e que o táxi chamado por ele estava a caminho”.

Mesmo diante da explicação do taxista o passageiro continuou a sessão de ofensas contra a classe. Manoel então disse que não era correto chamar um táxi pelo aplicativo, deixar o motorista gastar combustível se deslocando até o local e desistir da corrida. Nessa hora o passageiro ficou mais nervoso, e começou a ofender diretamente o taxista e a filmá-lo com o celular.

Ao chegar ao destino o passageiro disse que não iria pagar a corrida, e pediu o nome do taxista. “Eu vi que ele estava descontrolado e lhe mostrei o cartão com o número do DTP (Departamento de Transportes Públicos) para que, se ele quisesse, fizesse uma queixa contra mim. Ele saiu do carro, apoiou o pé na porta do passageiro e me deu um soco no rosto”.

Com receio de continuar a ser agredido o taxista desceu do carro e pediu que as pessoas que estavam na rua chamassem a polícia. “Nesse momento ele veio para me agredir de novo, e eu fui embora”, lembrou Manoel. O taxista parou na primeira cabine da polícia que encontrou, mas como não tinha o nome do passageiro foi aconselhado pelo policial a esquecer o ocorrido.

“Eu quero apenas registrar minha indignação, porque só argumentei com um passageiro e fui agredido. Como ele me filmou e pode usar esse vídeo contra mim, preciso dar a minha versão dos fatos. Em 39 anos trabalhando como taxista nunca passei por uma situação dessas, e espero nunca mais passar”, finalizou Manoel.