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Taxista: “Minha renda diminuiu quase 80% nos últimos meses”

Chegada do Uber X causou estrago na vida financeira do profissional, que afirma que toda a categoria está passando dificuldades


Reclamação de taxistaA realidade vivida pelo taxista João Rodrigues de Oliveira não é mais a mesma. Depois de 25 anos na praça ele não consegue mais proporcionar a suas duas filhas mais novas a mesma educação que deu aos mais velhos. Sua renda, nos últimos meses, diminuiu quase 80% depois do lançamento do Uber X, e mais recentemente com a mudança dos aplicativos Easy e 99, que passaram também a aceitar veículos particulares em sua plataforma.


Utilizando os aplicativos desde o início, o taxista conta que trabalhava muito, cerca de 12 horas de segunda a sexta, mas tinha um bom lucro também. Hoje, mesmo nas ruas também aos finais de semana, ele não consegue chegar nem perto do que ganhava e teme pelo futuro da profissão. “Se continuar assim, o táxi vai acabar”, pondera.


Segundo João os passageiros estão cada vez mais optando por carros particulares, e os aplicativos que antes trabalhavam apenas com taxistas, como o Easy e 99, estão incentivando essa mudança. “Eu fiz um teste e fiquei com o carro estacionado na Rua Carlos Weber, onde tinha vários passageiros fixos, e vi onze carros do Uber X parando e pegando essas pessoas. Nenhuma delas chamou um táxi”, afirmou.


João afirma que, por sorte, não paga aluguel, prestação ou seguro do carro. Mas que, para sobreviver, está dependendo do aluguel de uma casa que possui, ou as contas não iriam fechar. “Tenho um amigo taxista que me contou não ter dinheiro para comprar arroz e óleo na casa dele. Quem tem prestações está passando por momentos difíceis, e não sei como será daqui pra frente”.


Diante de tantas dificuldades João pensou em encontrar um segundo motorista, mas disse que não há interessados. “Todos estão vendo a situação da profissão e desistem. No final de semana passado consegui fazer R$ 80 no sábado e R$ 71 no domingo, o que não paga praticamente o combustível”, lembrou.


Desconto oferecido aos passageiros é repassado ao taxista


João acredita que não está fazendo muitas corridas pelos aplicativos porque não concordou com o desconto oferecido aos passageiros, que é repassado integralmente ao taxista. “Eu tenho a opção de aceitar ou não o desconto, e eu escolho não. Então os passageiros não me procuram”. De acordo com ele, corridas realizadas pelo 99 recebem, além do desconto de 20% do passageiro, mais R$ 2 em cada corrida, 5% para o depósito do valor no mesmo dia e a taxa do app, que está em 13%. Somando tudo, o valor recebido pelo taxista cai pela metade.


“Com o aplicativo Easy é praticamente igual, com os descontos chegando a 50% em cada corrida. Eu não aceito e por isso não dou desconto, o que contribui para que eu não tenha passageiros. Mas, se eu der 20%, acabo trabalhando somente para pagar combustível e manutenção do carro. De qualquer forma, não há saída”, afirmou João.


O taxista diz que os aplicativos dominaram o mercado de táxi, e hoje exploram o taxista sem nenhum controle. “Se eu pudesse falar diretamente com o Prefeito Fernando Haddad eu diria que ele fez muita maldade com os taxistas de São Paulo. Ele sabia que não teria controle sobre o número de carros particulares nas ruas, e é o que estamos vendo. Ele destruiu muitas famílias de taxistas”, finalizou João.

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