“A categoria saiu derrotada das urnas”

Meu nome é Pedro Baltazar, e sou taxista. Infelizmente nossa desunião trouxe derrota política para todos nós. Perdemos um representante da categoria na Câmara Municipal de São Paulo, que sempre nos ajudou, mesmo quando não era vereador.

Acompanhei a trajetória política de Salomão Pereira desde 2002, quando disputou sua primeira eleição na cidade de São Paulo. Sua insistência em nos representar no legislativo municipal levou 15 anos. Em todas as suas disputas eleitorais lhe assegurei o meu voto, para que nós, taxistas, pudéssemos ter um legítimo representante. Quando eu estava em uma situação difícil para fazer um financiamento do meu carro zero, encontrei apoio para resolver com Salomão.

É louvável o fato de termos eleito um vereador com mais de 67 mil votos. Seus votos de 2012 já seriam suficientes para se mantê-lo no poder. A categoria tinha a chance de reeleger o vereador Salomão Pereira com os mesmos taxistas e familiares que no ano de 2012 lhe deram 24 mil votos. Quem pensa que temos muito a comemorar, está enganado: perdemos o poder de representação em nosso favor, principalmente nesse momento difícil com o aplicativo Uber, que agora vai poder trabalhar em São Paulo sem limite de veículos. A justiça anulou uma liminar política que durou cinco dias, além da lei que proibia o aplicativo. Todos nós fomos enganados.

Na cidade de São Paulo temos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) 6 milhões, 945 mil e 741 eleitores. A nossa categoria conta com aproximadamente 40 mil taxistas, sem computarmos segundo condutores e familiares. Sendo assim, unidos, conseguiríamos eleger dois vereadores. Não estou questionando o merecimento do vereador eleito, que também fez sua parte.
O vereador Salomão sempre se colocou contra qualquer serviço irregular em nosso meio, como o Uber. Quando o prefeito fala em regulamentar o Uber, acredito ser necessária uma lei aprovada pela Câmara Municipal, e o Salomão fará muita falta. O tempo vai mostrar o erro que nossa categoria cometeu. Gostaria que essa minha carta fosse publicada no Jornal Folha do Motorista.

Pedro Baltazar - taxista