Diretores de cooperativas criticam ação de aplicativos de chamada de táxi

Seminário durante a Expotáxi teve reclamação de taxistas contra serviços

A ação de aplicativos foi duramente criticada por representantes de empresas e cooperativas durante o 1º Seminário de Aplicativos de Chamadas de Táxi do Rio de Janeiro, na Expotáxi de 2014, realizada no Riocentro em 27 de setembro. Diretores cooperativados de vários cantos do Brasil reclamam da perda de clientes e associados para sistemas que oferecem serviços sem a participação das organizações da categoria.

Durante o Seminário, o taxista Severino Vicente questionou a presença da Wappa no evento, seguido por outros colegas. A mesa era composta por representantes da empresa, além da Original, da Smartsis e da Táxi Machine.

Representante da empresa Top táxi, de Salvador (BA), Alexandre Silva Santos, disse que o seu grupo tem dificuldades para ‘respirar’ por conta da ação dos aplicativos:

“A Top Táxi tem oito meses de mercado corporativo e vem conseguindo sobreviver. Mas, no geral, há uma dificuldade de manter empresas vivas com saúde financeira.  Boas empresas já perderam uma boa gama de clientes”, revelou.
Diferencial

Segundo Alexandre, sua empresa procura oferecer algo a mais para o taxista, investindo em tecnologia:

“A Top criou mecanismos para amenizar os impactos provocados pelos aplicativos. Procuramos estimular um ambiente melhor para o taxista. Tratamos o cliente e o taxista muito bem. Criamos o ‘kit motorista’. Nele o taxista tem o mínimo necessário para o trabalho, além do PDA, já com o sistema para trabalhar. Mantemos os pagamentos em dia e oferecemos plano de saúde, todos os benefícios antes nunca dados ao motorista”, explicou.

Alexandre acredita que só permanecerá na praça o serviço que conseguir acompanhar a evolução do mercado:

“Vai ficar para trás quem não acompanhar os avanços tecnológicos e as mudanças na estrutura da cidade. É preciso fazer o dever de casa”, alertou.

O taxista Israel de Jesus Silva, da Bahia Táxi, também criticou os aplicativos:

“Os aplicativos incomodam no geral, principalmente para as empresas de rádio táxi. Se dependemos de clientes para manter os associados, a partir do momento m que perdemos clientes para os aplicativos também perdemos mercado”, disse.

Israel concorda com Alexandre ao falar do futuro das cooperativas e empresas de táxi:

“Vejo futuro para as mais fortes. As pequenas, as que se mantém em um nível de atendimento para pessoa física, creio que não há um futuro muito bom”, disse.

O diretor da Rede Wappa, Marcelo, rebateu as críticas aos aplicativos. Empresa com 12 anos de mercado, ela está presente nas capitais brasileiras e com planos de expansão para o exterior:

“Na minha visão, a cooperativa tem todo o nicho na mão. Aquela que consegue se especializar, oferecer um bom atendimento e aumentar a renda do taxista não tem que se preocupar. O motorista de táxi não pode ficar ocioso. Ele está buscando alternativas porque a rádio taxi não consegue cumprir as expectativas. Essa é a questão. São altas taxas para descontar um voucher e pagamentos de diárias. O modelo de rádio táxi tem que se reinventar”, disse.