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Taxímetros produzidos em 2004 podem integrar sistema de GPS

Tecnologia possibilita até o combate à pirataria


GPS2A implantação do GPS nos táxis cariocas tem provocado confusão na praça. Para esclarecer o tema, a Folha do Motorista entrevistou o engenheiro José Carlucio Cavalcante, da empresa de taxímetros FIP, sobre o sistema GPS/GPRS. Ele explica como funciona:


Folha do Motorista – Que tipo de taxímetro atende às exigências da prefeitura do Rio de Janeiro?


Cavalcante – Qualquer taxímetro aprovado pela portaria 201/2002 do Inmetro tem conexão serial e pode ser integrado com o GPRS externo, sem problemas, cumprindo as especificações da prefeitura.


Folha do Motorista – Você diz “GPRS Externo”. Como isso é possível?


Cavalcante – É possível graças ao AVL (Automatic Vehicle Location, algo como Localização Automática De Veículos) peça externa que faz a conexão e tem que ser homologada na ANATEL. Vai conectado ao taxímetro e processa as informações e as envia para a Prefeitura.


Folha do Motorista – Costuma-se ouvir que o GPS serve para localizar o veículo. No caso do serviço de táxi, quais as características deste sistema?


Cavalcante – No taxímetro o dispositivo não serve apenas para a localização do veículo. Ele transmite dados das corridas, como velocidade do veículo, os dados do taxímetro, identificação do motorista, registro do início e fim da corrida, etc. Todos esses dados vão para a Prefeitura para serem analisados através de um programa de gerenciamento.


Folha do Motorista – Qual o órgão certificador deste dispositivo?


Cavalcante – Todos os dispositivos de transmissão de dados devem ser homologados pela ANATEL. No Brasil, não existe taxímetro com GPS/GPRS internamente. Este taxímetro teria que ser homologado pelo Inmetro e pela ANATEL. Como são duas coisas separadas – o taxímetro é homologado pela portaria 201 do Inmetro. O equipamento AVL tem que ser homologado pela ANATEL como qualquer equipamento que trabalhe com radiofrequência.


Folha do Motorista – Quais as informações podem ser enviadas do táxi para os órgãos municipais por meio deste dispositivo?


Cavalcante – Dados como a identificação do motorista, relatórios de valor da corrida, de localização do carro ... São infinitas as possibilidades de relatórios que podem ser enviados para a Prefeitura com este sistema.


Folha do Motorista – O que a Prefeitura do Rio de Janeiro tem que considerar antes de regulamentar este sistema?


Cavalcante – Para que funcione, o sistema necessita de um suporte, um integrador. Como qualquer sistema de gerenciamento, ele não trabalha sozinho. A base, a parte de hardware (equipamentos), é a transmissão de dados.  Esses dados têm que ser enviados para um 'data center'. E esse 'data center' tem que ser administrado por uma empresa, um integrador dessas informações. Esta empresa deve fazer o gerenciamento desses dados e criar os relatórios para a Prefeitura. Sem alguém gerenciando não é possível ter esses relatórios.


Folha do Motorista – E quais seriam os custos deste sistema para o taxista?


Cavalcante – O AVL precisa de um chip de dados de custo mensal, como um telefone celular. Quem vai pagar por ele? Para os dados chegarem até o servidor é necessário a contratação dos serviços de uma operadora de celular. Cada equipamento tem que ter um chip de celular. E essa conta tem que ser paga por alguém. Ou a prefeitura, ou o taxista. Isto tem que estar regulamentado.


Folha do Motorista – A prefeitura tem que definir algo mais antes de exigir a obrigatoriedade de taxímetro com GPS?


Cavalcante – Tem que definir quem vai tratar e gerenciar a informação. É necessária esta definição para a criação de um plano de negócio para a cidade. Isso vai depender da necessidade da prefeitura.


Folha do Motorista – Especifique mais sobre o que a prefeitura pode exigir do sistema.


Cavalcante – Ela pode exigir relatórios de ocupação do táxi, de localização, tempo de atividade diária, entre outras situações. Depois de fazer essas exigências, um relatório é criado.  Através dessas informações é possível conhecer a quantidade de dados que o sistema vai utilizar. A partir daí, será definida a mensalidade, principalmente em relação à telefonia celular.


Folha do Motorista – Este sistema pode combater a pirataria no setor?


Cavalcante – Se a Prefeitura exigir uma identificação do taxista por biometria vai acabar com a pirataria. Com ela, apenas o condutor legalizado pode guiar um táxi. Com a biometria o táxi é identificado como legal externamente. Se a prefeitura especificar a identificação do condutor o taxímetro não liga sem ele. Com certeza, praticamente elimina a pirataria.


Folha do Motorista – O que mais podemos esperar de um sistema com taxímetros equipados com GPS/GPRS?


Cavalcante – O sistema completo, com os relatórios do taxímetro, identifica data e horário, em que cada motorista vinculado ao táxi dirigiu.


Folha do Motorista – Quantos modelos obedecem às especificações do Inmetro e da ANATEL?


Cavalcante – Qualquer taxímetro na cidade do Rio de Janeiro que foi homologado a partir da portaria 201/2002 pode ser integrado com sistema de GPS/GPRS. A FIP tem dois modelos. O FIP AT e o FIP Evolution. Inclusive hoje, no Rio de Janeiro, 80% dos táxis da cidade ou mais está com taxímetro adaptado a esta portaria. Não há necessidade de troca. Apenas a integração com o sistema GPS/GPRS.


Folha do Motorista – E quanto à manutenção do sistema?


Cavalcante – O  AVL é antigo. Basicamente toda seguradora de veículos instala o equipamento em carros, em ônibus e caminhões. O dispositivo existe há mais de vinte anos. As oficinas que estão no mercado podem realizar a manutenção do equipamento.


Folha do Motorista – E qual é o seu custo?


Cavalcante – O custo depende da especificação da Prefeitura. Principalmente em relação ao tráfego de dados. Precisamos ver quais serão as determinações da prefeitura para adotarmos a melhor proposta.


Folha do Motorista – No Brasil, as cidades de Porto Alegre e Belo Horizonte começam a adotar o sistema. Fale um pouco sobre elas.


Cavalcante – Cada cidade tem sua peculiaridade. No caso delas são dois casos diferentes. Em BH, usa-se o sistema offline, sem chip de celular e Porto Alegre está no meio da implantação com sistema online e com aproximadamente 2000 veículos já instalados. Os relatórios serão gerados dentro de três meses. No caso de BH, o sistema foi instalado em mil veículos e sem mensalidade. Em Porto Alegre, a prefeitura cobra mensalidade do motorista para a manutenção do sistema. Na verdade, o motorista paga mensalidade para a Prefeitura, que repassa o valor para o integrador externo.


Folha do Motorista – Outras cidades procuram este sistema? Por quê?


Cavalcante – Hoje as informações que chegam as Prefeituras é da que falta taxi na cidade, principalmente em grandes eventos, horário de pico e dias de chuva, com o  sistema ON LINE a Prefeitura tem condições de monitorar em tempo real quantos taxis estão em operação e em qual região da cidade se encontram.
Além disto, estas informações servem de base para aumento de tarifa e caso necessário, aumento da frota.


Folha do Motorista – Este taxímetro também permite a integração com o bigorrilho?


Cavalcante – Sim , inclusive a FIP tem um luminoso com indicação externa que mostra para o usuário se está livre, na bandeira 1 ou 2, ou se está atendendo a uma chamada. Este luminoso foi desenvolvido seguindo as especificações da resolução do   Denatran nº 393/68, que contem  especificações de comprimento, altura, largura , altura de letras e largura de letras. Os  leds que são utilizados no luminoso FIP, são de alta intensidade, podem ser vistos tanto de dia quanto a noite.


Folha do Motorista – E quanto à identificação do táxi legal, como este luminoso pode ajudar?


Cavalcante – Sim, o sistema também ajuda os fiscais a identificar se o táxi é legal ou não. Caso o taxista passe em uma fiscalização, o agente fiscal através de um dispositivo desenvolvido pela FIP poderá colher as informações do veículo sem a necessidade de pará-lo e imediatamente o fiscal saberá se o táxi é pirata ou não.
O luminoso FIP através de seus leds indicará se o táxi é cadastrado ou não na prefeitura. A grande vantagem é que consegue fazer a fiscalização sem parar o veículo.


Folha do Motorista – E quanto à concentração de táxis em determinadas regiões, como o sistema pode ajudar?


Cavalcante – A prefeitura, com base nas informações recebidas, poderá identificar as regiões com menos circulação de táxis e fazer uma ação para atender melhor a região.


Para o engenheiro José Carlucio Cavalcante, o sistema GPS/GPRS é o futuro para o serviço taxi. No Brasil, vários municípios já demonstram interesse em adotar este sistema.


“Temos pelo menos umas 12 consultas de capitais. E outras cidades menores, com mil veículos, já implantando o sistema como projeto piloto. Seria interessante se duas cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro saíssem na frente. Com certeza, influenciariam todo o sistema de táxi do Brasil”, concluiu.

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