Experiência de Antonio Cambra reforça iniciativa dos taxistas

“Somos a categoria mais importante da cidade”

A Audiência Pública extraordinária de julho contou com a participação do ex-presidente do Sindicato dos Taxistas do município do Rio de Janeiro na década de 1980, Antônio Correa Cambra. Ele deu força à união entre os taxistas. Disse que o táxi é o único transporte que leva o passageiro para qualquer lugar, 24 horas por dia.

Cambra foi o convidado especial do deputado Dionísio Lins para incentivar a luta da categoria. O ex-sindicalista lembrou as conversas que manteve com o pai de Dionísio Lins. Disse que a invasão dos piratas no serviço de táxi não é nova e que só pode ser combatida com a união:

“Vejo a categoria unida hoje. E tem que se unir. Nossa categoria é a mais importante da cidade do Rio de Janeiro. Sem ela, a cidade para. Desde 1984 estamos nessa luta. Sempre lutei pela categoria. Hoje, com mobilidade reduzida e aos 79 anos, permaneço apoiando”, disse.

Taxistas da Baixada Fluminense também apoiam as ações dos colegas da capital. Líder cooperativista de São João de Meriti, Carlos Henrique denuncia a ação do Uber também nas cidades vizinhas ao Rio. Ele elogiou a iniciativa:

“Foi importantíssimo! Uma oportunidade para ouvirmos os defensores do movimento, não só de táxis da capital, mas como também dos 92 municípios. Sabemos que os veículos do Uber vão competir com os taxistas legalizados da Baixada. É uma ameaça implantada no Rio e agora chega aos municípios”, frisou.

Taxista de Niterói reforça o coro contra a ilegalidade. Guilherme Teles, da Real Táxi de Niterói, achou bom o encontro:

“Os outros municípios também estão apoiando o combate ao Uber, apesar de não estarmos sendo afetados diretamente, ainda. Mas acreditamos que eles vão chegar. Acho que teremos resultados positivos depois desta reunião. Esses resultados podem não chegar em breve. Mas não podemos desistir. É com a persistência que alcançamos alguma coisa”, disse.

O presidente da Novo Rio Coop, Marcos Bezerra, reclamou da ausência de representantes da Prefeitura do Rio e do Ministério Público:

“Fiquei um pouco frustrado com a ausência do Ministério Público e de representantes do município. Sambemos que eles não são taxistas. Portanto, não tem compromisso nenhum. Trabalho de táxi tem que ser feito por taxista. Temos que excluir empresários que só exploram a nossa categoria. Precisamos ver se as medidas anunciadas serão realmente feitas. Se o secretário fechar as saídas de Copacabana e dos principais pontos turísticos isto seria uma boa medida.

Representante do Conselho Regional dos Taxistas, Severino, acredita na evolução do combate à pirataria:

“A gente percebe que não depende só de um deputado. Mas também percebemos que há uma evolução positiva. O ponto crucial que estamos defendendo é a união da categoria”, disse Severino.

O autônomo Alexandre Guimarães alerta para a situação difícil da categoria:

“Temos que agradecer a disponibilidade dos parlamentares durante o recesso legislativo. Mas é preciso muito cuidado. As dificuldades estão presentes a todos os taxistas. O combate aos aplicativos deve ser enfatizado, mas vejo nas ruas, nas sextas-feiras, nos sábados, passageiros optando por estes veículos. Com isso, ficamos ao deus-dará. Essa modalidade tem que ser tratada com urgência”, disse.