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Ex-funcionário de multinacional larga cargos comerciais para ser taxista auxiliar no Rio de Janeiro

Ele diz que ama a profissão e rebate críticas quanto à qualidade dos profissionais do setor


Ser taxistaHá muito tempo, o perfil do taxista do Rio de Janeiro vem mudando para melhor. Ao contrário do que alguns setores da sociedade tentam induzir, a praça carioca está repleta de bons profissionais, muitos deles vindos de outras áreas. Como o taxista Rafael D’Alessandro, motorista auxiliar desde 2004 e ex-funcionário de empresas multinacionais.


Ele conta que durante um bom tempo atuou em áreas comerciais antes de se apaixonar pela área de transportes:


“Cheguei a ser diretor de empresa. Quando sai, fiz por conta própria. Conversando com um amigo, que foi gerente de um grande banco, ele me sugeriu que partisse para o táxi. Na hora, fiquei receoso. Ele me deu uma visão diferente. Foi quando vim como auxiliar. E não me arrependo. Passei a fazer parte e grupos que colaboram com a profissão”, explica.


O taxista chegou a cursar Teologia pela Igreja Católica. Deu aula para portadores de deficiência. Fala inglês, mas preferiu trabalhar na praça. Ele diz que possui colegas vindos de outras carreiras:


“A maioria dos taxistas que conheço veio de outras carreiras. Tem um eu foi gerente de banco. Hoje é taxista. Conheço engenheiros, diretores de empresas, ex-comissários, que hoje são taxistas”, disse.


Com mais de 11 anos de praça, Rafael não considera o estresse como um problema causado pelo valor da diária. Para ele, as dificuldades maiores são outras:


“O trânsito não dá condições boas de trabalho. Ele atrapalha a rentabilidade financeira para cobrir o que a empresa pede. No momento em que a empresa te cobra duzentos reais, o motorista não pode ficar sem trabalhar. E temos que ouvir calados. Pois temos que enfrentar os engarrafamentos constantes para ganhar algum dinheiro”, explica.


Apesar das dificuldades, Rafael considera excelente a profissão de taxista, regulamentada em 2011.


“Antigamente você tinha mais facilidade em ter autonomia. Um policial falecia, a esposa ganhava autonomia. Uma pessoa saia  da prisão e ganhava uma autonomia. É uma profissão tão boa que não conheço nenhum que tenha se aposentado e não tenha uma casa com seu carro na garagem”, exclama.


Rafael concorda que é necessário fazer algo para a redução do valor da diária cobrado ao taxista auxiliar. Mas ele diz que pretende continuar na profissão.

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