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Presidente da Federação Nacional dos Taxistas fala sobre o setor

Edgar Ferreira de Sousa faz um retrato da categoria no país e enumera questões que precisam ser revistas e modificadas

 
Federação Nacional dos TaxistasO presidente da Federação Nacional dos Taxistas e Transportadores Autônomos de Passageiros (Fencavir), Edgar Ferreira de Sousa, falou com a Agência CNT de Notícias sobre a quantidade de veículos existentes no país, a acessibilidade, como estão os preparativos do setor para a recepção de eventos internacionais como a Copa do Mundo e o que deve ser alterado na realidade dos taxistas.


Há quantos táxis hoje no país?
Em 2001 fizemos um levantamento e, por amostragem, encontramos cerca de 300 mil táxis no Brasil. De lá para cá todos os municípios adicionaram mais autorizações ao sistema; só no Rio de Janeiro foram quase 10 mil. A cidade de Confins, na grande Belo Horizonte, tinha 18 táxis, e hoje tem 400. Diante disso, estamos preparando uma pesquisa qualitativa do serviço de táxi no país, mas estimamos que esse número esteja próximo de 500 mil.    


A quantidade supre a demanda do país?
Essa é uma pergunta difícil, e a resposta carece de várias equações. O sentimento é de que há um excesso de oferta de táxis em todos os municípios. Nos últimos anos, houve muita pressão dos taxistas auxiliares, e os municípios acabaram cedendo e liberaram mais permissões. Quando chove ou há algum evento, como a Copa do Mundo, esse número pode vir a ser insuficiente. Passada a sazonalidade, os táxis voltam a fazer filas para esperar que alguém apareça.


Qual a solução, portanto, para o setor?
O ideal é que houvesse uma legislação federal que desse garantias jurídicas ao setor e um norte aos municípios na hora de decidir se adiciona ou não mais táxis. Normalmente, esse critério é meramente político e não leva em consideração a população economicamente ativa fixa e a flutuante.


A renda per capta também deve ser levada em consideração dentre vários outros fatores a serem considerados na hora de decidir se o município precisa ou não de mais táxis.


Como o senhor vê os eventos internacionais como a Copa do Mundo? Os taxistas estão preparados?
Acho que, em algumas cidades, sim, e em outras, não. Em Belo Horizonte, por exemplo, os taxistas estão preparados para atender os turistas, pois eles começaram há 20 anos esse treinamento. Já outras, como o Rio de Janeiro, que deveria ter começado a preparar os profissionais há pelo menos 10 anos e só está começando agora, os taxistas não estão preparados para esse evento.


Não podemos generalizar, porque há um grande número de taxistas que isoladamente se prepararam e hoje são ícones em atendimento aos usuários. Isso é perceptível em todas as cidades. Repito: faltou vontade política em desenvolver um diferencial para preparar quem exerce essa profissão, que tem contato direto com o público.


Além disso, temos a insegurança jurídica que vivemos nos últimos anos. Com o Ministério Público cobrando interpretações da legislação de forma equivocada, os municípios suspenderam a transferência de permissões e, com isso, a mão de obra está envelhecendo e, assim, impedindo que novos talentos ingressem no sistema trazendo novo ânimo, entusiasmo e prazer em servir.


E em relação a táxis adaptados para transportar pessoas com deficiência? Que retrato pode se fazer dessa situação no país?
Esse é um serviço relativamente novo e ainda em fase experimental no Brasil. O primeiro começou em Salvador (BA) há mais ou menos cinco anos e só agora está chegando às demais cidades.


Já há um bom número de cidades que oferece esse serviço, mas a sua expansão depende de políticas públicas de concessões específicas e mais opções de veículos que possam ser adaptados para essa demanda.
    

Algo deveria ser revisto na realidade dos taxistas no país?
Tem muita coisa a ser feita, mas há um certo desprezo oficial para com os taxistas. Do nosso lado, também existe a falta de organização e união. Os sindicatos estão falidos, e as lideranças desmotivadas e fracas diante da demanda de reivindicações da categoria.


Precisamos rediscutir o modal, encontrar soluções que agradem a maioria dos operadores de táxi, melhorar a qualidade do atendimento aos usuários e encontrar um meio termo entre os dispositivos constitucionais, o interesse público e o interesse dos taxistas.

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