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A Folha do Motorista conversou com o taxista Edison Vitalino, da Cooperluxo, para descobrir como funciona esse mercado
Após trabalhar como taxista por 20 anos, Edison Vitalino decidiu investir na carreira e fazer um curso para trabalhar na categoria luxo. Ele afirma que quis fazer um teste, e hoje não se arrepende. “Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida. Os profissionais da categoria luxo não são simplesmente motoristas; na verdade nós vendemos produtos, e somos formadores de opiniões”.
Edison afirma que todo taxista da categoria luxo deve prezar pela excelência no atendimento, e fidelizar cada passageiro, para que ele o recomende para sua empresa e parceiros de negócios. Além disso, estabelecer um vínculo de confiança é essencial. “Eu sou responsável pelas malas dos passageiros, por encontrar o melhor trajeto para que ele chegue no horário em uma reunião importante, por recomendar lugares. O passageiro sabe que, se esquecer algo dentro do táxi, pode ficar tranqüilo, porque eu vou procurá-lo para devolver. Por isso, eu tenho hoje uma carteira fixa de clientes”.
O taxista investiu em cursos de inglês e espanhol para atender melhor seus passageiros, já que 90% deles são estrangeiros, mas afirma que o lado humano é o mais importante. “A gentileza, a postura e a vestimenta conquistam os clientes. Eu sei que determinados passageiros gostam de água francesa, e ofereço no meu carro. Deixo balas e o jornal sempre à mão também. Mas o primeiro contato com o cliente é essencial”.
Os estrangeiros querem saber sobre os hábitos no Brasil, principalmente na primeira vinda ao país. “Meus passageiros conversam comigo sobre investimentos, perguntam sobre o custo de vida para se estabelecer aqui, e levam as minhas informações em consideração. Investi também em um veículo blindado, que é um diferencial para os altos executivos que atendo”, lembrou Edison.
Movimento na Copa decepcionou a categoria luxo
A Copa do Mundo não foi um bom negócio para os taxistas da categoria luxo de São Paulo. Edison afirma que tinha esperanças de ver o movimento aumentar, mas a decepção foi grande. “Houve uma divulgação negativa sobre o Brasil na Europa em relação a custos e violência, e muitos clientes decidiram não vir para o nosso país”.
Edison analisa a situação como uma inversão do turismo. “Os turistas que utilizam o táxi luxo, que são os executivos americanos e europeus que vêem a negócios, decidiram não trazer suas famílias para o Brasil durante a Copa por medo. A maior parte dos turistas que recebemos veio da América Latina, com menos dinheiro, e optaram por usar o transporte público”.
Segundo o taxista, os turistas da Copa vinham a São Paulo somente em dias de jogos, e não estendiam a sua permanência na cidade. “As pessoas chegavam um dia antes dos jogos e depois já iam embora. Poucos ficavam para conhecer a cidade e fazer passeios turísticos. Eles preferiam freqüentar barzinhos, lotando a Vila Madalena, a conhecer a gastronomia de São Paulo”.
Além disso, muitos turistas fecharam pacotes com agências de viagens que incluíam o transporte em ônibus ou vans até o estádio e pontos turísticos. “As portas dos hotéis ficaram lotadas de ônibus e vans, e com isso o serviço de táxi foi pouco requisitado”, lembrou Edison.
O movimento do taxista diminuiu cerca de 70% durante a Copa do Mundo. E agora outros fatores estão mantendo o número de passageiros abaixo do esperado. “As férias escolares no Brasil diminui a procura, e em conjunto com as férias escolares nos Estados Unidos, que acontece no mês de agosto, prejudica o movimento. Ouvi de muitos clientes estrangeiros que as empresas estavam antecipando suas negociações no Brasil para os primeiros seis meses, porque o segundo semestre seria complicado, devido à Copa, férias e eleições. E vejo que isso realmente aconteceu”.
São Paulo precisa de mais táxis da categoria luxo
São Paulo é uma cidade cosmopolita, e o turismo de negócios cresce a cada dia. Sendo assim, o número de táxis da categoria luxo precisa aumentar para atender essa demanda. Edison conta que, em diversas oportunidades, foi obrigado a dispensar passageiros porque ele e seus colegas de profissão já estavam ocupados.
Na terceira maior cidade do mundo, a frota de táxis da categoria luxo é de apenas 161 veículos. “Houve um trabalho para que São Paulo fosse vista como um pólo de negócios na América Latina, e isso é positivo. Porém, os serviços precisam acompanhar o crescimento do turismo no mesmo ritmo. A Secretaria de Transportes precisa, urgentemente, abrir vagas na categoria luxo, valorizar e divulgar nosso trabalho”.
Edison afirma que a categoria merece atenção do DTP (Departamento de Transportes Públicos). “No Aeroporto de Congonhas, onde recebo a maior parte dos meus clientes, o ponto do táxi luxo é muito distante do local de desembarque. Já tive clientes que ficaram no meio do caminho aguardando eu pegar o carro, porque acharam a caminhada longa. Além disso, muitos carros particulares e vans estão fazendo, clandestinamente, o trabalho do táxi luxo nas portas dos hotéis, e é necessário fiscalização”.
Para os taxistas que desejam ingressar no segmento luxo, Edison dá dicas. “Primeiro, analise se você tem o perfil e mantenha-se atualizado. Invista em você, fazendo cursos e aprendendo novas línguas. É preciso ter um conhecimento cultural, além de um bom carro. Mas tudo depende do perfil de clientes que você pretende atender”.
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