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Fusão entre pontos deixa três coordenadores em um único ponto

Perdidos, essa é a sensação dos taxistas que trabalham no Ponto 768 localizado nas intermediações do Terminal de Ônibus de Pinheiros, Zona Oeste, inaugurado em 1º de junho. Com as obras de pavimentação da Rua Sumidouro, onde o ponto estava fixado, os profissionais foram transferidos para a Rua Gilberto Sabino.

“Por enquanto, estamos sem saber onde ficaremos instalados. No momento, está sobrando muito carro, pois o movimento ainda está fraco. Mas a nossa expectativa é aumentar a demanda com o pleno funcionamento do terminal”, avalia o permissionário Alcimar Campiglia,

Além do transtorno com as obras de pavimentação da Rua Sumidouro, os permissionários do 768 também estão descontentes com outro problema, a unificação entre os pontos 1192 (dentro do terminal) e 2511 (Rua Paes Leme), além da inserção de novos dez veículos, totalizando 42 táxis. “Isso ocorreu em um momento não muito oportuno, pois com esse elevado volume de carros o nosso trabalho diminuiu muito”, reclama Campiglia.

Para José Nilson, que trabalha há um ano como taxista, apesar de a situação estar confusa, a expectativa é positiva com a mudança. “No momento está tudo bagunçado, mas estou confiante de que tudo dará certo, é só trabalhar”, diz.  
Na praça há oito anos, André Luis, coordenador do Ponto 768, avalia como positiva a instalação do terminal na região.
“Metrô é sempre muito bem-vindo, transporte de massa significa volume de passageiros e isso é fantástico para todos, inclusive para nós taxistas”.

Porém, o taxista recrimina a quantidade de veículos incluídos no ponto. “De 32 carros aumentou para 42. Isso desagradou os motoristas em geral, pois começou a faltar trabalho. A estação ainda é muito recente para esse elevado número de táxis. É uma demanda muito grande e o metrô ainda não tem esse volume de usuários”, desabafa Luis.

Outra reclamação do coordenador se refere à rua (Gilberto Sabino), onde os táxis foram direcionados para atender os usuários da estação. No local, segundo ele, faltam baias demarcadas e sinalização. “Os veículos ficam no meio da rua e a todo o momento entram ônibus articulados. Estamos sujeitos a uma batida. Está muito complicado, precisamos de uma definição para trabalhar mais tranquilos”, cobra ele providências do órgão de trânsito.

Para o taxista, houve precipitação do Departamento de Transportes Públicos (DTP) no procedimento de unificação. “O órgão deveria realizar uma prévia consulta ou mesmo um estudo para verificar se realmente existe demanda. É muito carro e pouco trabalho. Nós, coordenadores, estamos apavorados, pois enfrentamos uma situação bem delicada, somos constantemente cobrados pelos taxistas. Faltou orientação e um pouco mais de atenção com a gente”, desabafa.

José Raul de Macedo, subcoordenador do Ponto 768, concorda que houve precipitação do DTP. “Somos a favor de todos trabalharem, mas de maneira organizada. Nós aceitamos fazer a unificação, mas não esperávamos essa elevada quantidade de carros. Alguns colegas ficaram parados na frente do terminal duas horas até pegar um cliente”, contou.

Há 27 anos, Sérgio Pinto Vilarinho, trabalha como taxista do 768. Durante 16 anos esteve à frente da coordenação do espaço e conta estar descontente com a situação. “Faltou clareza na definição desse prolongamento. Houve uma decisão forçada, sem nenhuma conversa ou avaliação prévia. Ninguém perguntou nossa opinião”, critica.

“A lei determina aceitarmos essa situação. Agora, teremos de arregaçar as mangas e reconstruir o 768. Estou lutando e construindo esse ponto desde a sua fundação há 28 anos, agora terei de começar tudo de novo. Estamos infelizes!”, lamenta o taxista, um dos mais antigos do ponto.

De acordo com o artigo 45, da lei que regulamenta o serviço de táxi da cidade, “qualquer ponto de estacionamento poderá ser a juízo da prefeitura ser extinto, transferido, aumentado ou diminuído na sua extensão, ter modificado a sua categoria e número de ordem bem assim reduzido ou ampliado o limite de veículos autorizados a nele estacionar”.

A reportagem da Folha do Motorista entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) para esclarecer as reclamações, porém até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia sido encaminhada.

 


 

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