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Venho desabafar a minha indignação com a segurança pública na cidade de São Paulo. No dia 26 de novembro fui assaltado no bairro do Morumbi. No dia 27 de dezembro vivi novamente o pesadelo na Freguesia do Ó, e no dia 30 de janeiro de 2014 fui assaltado novamente em Itaquera.

No mesmo dia 30 de janeiro minha esposa, que trabalha com meu táxi no período da manhã, também foi vítima de assalto a mão armada na frente da escola do meu filho, com inúmeras crianças e pais no local.

Primeiro, um promotor público quer tirar meu trabalho, caçando os alvarás; outro promotor quer acabar com a circulação dos táxis nos corredores, e o governo nada faz para reduzir a criminalidade. Estou acreditando que neste país é melhor ser criminoso do que cidadão honesto.

Um companheiro foi assassinado no bairro da Brasilândia, e certamente vai virar estatística. No segundo assalto que sofri fiquei 10 dias sem trabalhar em estado de choque. Mas os direitos humanos não foram até a minha casa ver se eu estava bem.

Acredito que através do meu relato, e o de muitos outros taxistas na mesma situação, o Sr. Salomão possa nos ajudar perante a Secretaria de Segurança Pública. Salomão, eu e minha família acreditamos em você.
Elton - Taxista

Será que você reclamaria que o táxi que está levando seu pai enfartando ao Hospital do Coração está transitando pelo corredor de ônibus?

Será que você reclamaria do táxi trafegar pelo corredor de ônibus levando sua esposa grávida a uma maternidade, após o rompimento da bolsa? E sua irmã à Santa Casa, para reimplantar o dedo decepado no portão automático? E o cirurgião para operar seu cunhado, gravemente ferido em um acidente?

Diariamente milhares de táxis em nossa cidade correm para atender seus passageiros em problemas urgentes, em meio a um trânsito caótico e cruel, entrando e saindo dos corredores de ônibus.

O egoísmo cega, e não permite ver que o táxi é um transporte que presta serviços inestimáveis à sociedade, tanto para ricos como para pobres. Os corredores passam boa parte do tempo ociosos, e o compartilhamento desse espaço com o táxi é uma medida de bom senso e de utilidade pública.

Proibir os táxis nos corredores vai aumentar o custo dos passageiros, aumentará os congestionamentos, a poluição e colocará mais uns trezentos mil carros nas ruas já saturadas. Além disso, irá sacrificar muitas vidas. Vale destacar que, na periferia, onde as ambulâncias do Samu demoram horas para chegar, os táxis as substituem.

Como afirmou o renomado urbanista Jaime Lerner, o problema do trânsito paulista não são os táxis, mas a falta de investimento público no transporte sobre trilhos, que durante 40 anos ficou paralisado em benefício das empresas de ônibus, que lucraram com a falta de metrô e trem. Agora, novamente, essas empresas pressionam para aumentar seus lucros, através do aumento da velocidade dos ônibus, e buscam culpados.

Exerça sua cidadania e não permita que lhe subtraiam mais essa conquista, comprometendo a sua qualidade de vida. Proteste junto às autoridades ligando e enviando mensagens ao prefeito, secretário de transportes, vereadores, promotoria de urbanismo, juízes e desembargadores. Se você não defender os seus direitos, não serão os gananciosos que o farão.
Carlos José Ferreira dos Santos - Taxista Ponto nº 2004