Promotor diz que acidente contribui para proibir táxis nos corredores

Acidente entre táxi e ônibus, que deixou dois mortos, pode ser determinante para a proibição dos táxis nos corredores

O acidente com um ônibus e um táxi, ocorrido em 12 de fevereiro no corredor exclusivo da Avenida Vereador José Diniz, pode prejudicar os taxistas. Isso porque o Ministério Público, que já se manifestou contra a circulação de táxis nessas vias, disse que o acidente pode ser determinante para a proibição. A colisão provocou a morte do taxista e do passageiro, além de ferimentos sem gravidade em oito pessoas.

O promotor de Justiça e Urbanismo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, disse ao G1 que irá aguardar a apuração das responsabilidades do acidente, embora a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a SPTrans (São Paulo Transportes) tenham advertido sobre os riscos do compartilhamento dos corredores.

Já a Prefeitura informou que o acidente não interfere na tomada de decisão sobre a circulação dos táxis nos corredores. Os taxistas têm prazo até o dia 28 de fevereiro para apresentar um estudo técnico comprovando que os táxis não interferem na circulação dos ônibus. A partir da avaliação desse estudo, o Ministério Público decidirá se pede ou não a revogação da portaria que permite a circulação dos táxis nessas vias, em vigor desde 2005.

O estudo feito pela Secretaria de Transportes sobre a circulação de táxis nos corredores, solicitado pelo MP, diz que a segurança é um fator que deve ser levado em consideração no compartilhamento do espaço dos corredores com outros veículos. Os números mostram que, em 2013, ocorreram 235 acidentes em corredores de ônibus em São Paulo. Mas, destes, apenas dois tiveram o envolvimento de táxis.

Entenda a polêmica dos táxis nos corredores de ônibus

O Ministério Público, através do promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, enviou à Secretaria de Transportes um ofício solicitando a elaboração de estudos técnicos relacionados aos corredores e faixas exclusivas. Em 45 dias foram feitos três estudos: CET, SPTrans e empresa independente.

Segundo o Secretário de Transportes Jilmar Tatto, as principais constatações foram que, nos corredores, apenas 1% dos usuários utilizam táxis. Além disso, os táxis nos corredores diminuem em 25% a velocidade dos ônibus.

Para o estudo foram nomeados seis membros, do DSV, DTP, SPTrans (2 membros), CET e SMT, mas nenhum representante dos taxistas foi consultado. Questionado sobre a ausência da categoria nas discussões, Jilmar Tatto propôs que outro estudo fosse realizado pelos taxistas para ser discutido tecnicamente.

Diante da polêmica, a Prefeitura decidiu ouvir o Conselho Municipal de Trânsito e o Conselho da Cidade antes de qualquer decisão. Segundo Tatto, a Prefeitura irá discutir com todos os envolvidos e decidir o que é melhor para a cidade. Mas, ele adiantou que a Secretaria de Transportes já formou uma opinião, embasada na questão técnica.

“A circulação de táxis nos corredores diminui a velocidade do ônibus. E o corredor de ônibus deve ser exclusivo para os coletivos”, reiterou. Rebouças, Ibirapuera e Nove de Julho são os corredores com maior circulação de táxis em São Paulo, segundo a Secretaria de Transportes.